quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Perdendo os dentes

A rotina exaustiva está prestes a ser finalizada. Mesmo perseguindo ideia de nunca me render às atitudes provocadas por emoções, às vezes, é inútil ficar escondido sob o véu da passividade e da compreensão. Certas situações sempre serão constrangedoras e não costumo lidar bem com elas.


Podia ignorar perfeitamente, mas meu orgulho ainda é maior. Podia desconsiderar, mas ultimamente estou sendo influenciado pelo ambiente que me cerca [mais do que deveria]. Virtudes financeiras nem sempre correspondem às outras virtudes mais relevantes para aqueles possuidores da boa vontade.


Como desconsiderar as regras desse mundo? Como excluir-me delas? Como caminhar incólume pelos corredores dessa modernidade que parece não ter sentido - esdrúxula em toda sua extensão? Por possuir uma percepção mais intuitiva, acabo sendo afetado em maior intensidade. Não há mais a harmoniosa ressonância humana no meu presente.


Queria alcançar uma meta materialista, progressista e consegui. Tal objetivo alcançado, ainda que passageiro, me trouxe relativa estabilidade - se for considerar meu saldo bancário. Mas acabou por desestruturar meu equilíbrio emocional. Já não converso com meus deuses. O universo afastou-se momentaneamente de mim. A ansiedade segurou-me pelos braços e me fez engoli-la sem gole d´água algum. Secamente.


O tempo está seco. Minha garganta, irritada. Meu espírito se perdeu nessa imensidão maluca e estéril - da qual sou contemporâneo. Será que autores futuristas como George Orwell poderiam prever o sentimento de desesperança generalizada dessa época? Desse tempo? Tudo se esvaece. Grande parte das pessoas querem apressar o fim.


Não preciso de colo. Não necessito de abraços. O que busco, de verdade, é reencontrar-me comigo mesmo, num inesperado encontro. Quero mansidão e uma boa noite de sono ao final do dia. E, por enquanto, basta!

Um comentário:

  1. Como se os dias te cobrassem de um acordo que não lhe recordas te-lo feito...uma angústia misturada com uma sensação de perda que nos invade...em meio a tantas conquistas...tudo parece tão confuso!! Embarcamos numa busca por sustentabilidade e no meio do caminho nos perdemos,descobrimos que nosso foco pode não ser á nossa tão procurada resposta.

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