sábado, 25 de setembro de 2010

Paralelos na História da Astronomia


A astronomia, como ciência de observação, teve o seu desenvolvimento intimamente ligado aos seus métodos e instrumentos, cuja insuficiência fez com que ficasse limitada à astrometria, até o advento da luneta de Galileu. Foram então vencidas as principais barreiras filosóficas existentes contra as interpretações de certos fenômenos registrados desde a mais remota Antiguidade, como a variação de brilho de algumas estrelas.

Apesar de Ptolomeu ter a noção da variedade de radiações das estrelas, e de o astrônomo holandês David Fabricius (1564-1617) ter analisado as variações destas radiações ao descobrir, em 1596, a primeira estrela variável, na constelação de Baleia, foi somente no séc. XIX que apareceu a astrofísica.

O físico alemão Joseph von Fraünhofer, em 1814, foi quem primeiro teve a idéia de estudar a luz do Sol desomposta por um prisma. As incontáveis raias espectrais então observadas só foram explicadas pelo físico alemão Gustav Robert Kirchhoff. Cinco anos depois, o astrônomo e físico inglês William Huggins aplicou o método espectroscópico às estrelas. Estes três importantes feitos, que iriam permitir o estudo da composição química das estrelas e o rápido desenvolvimento da física, no século XIX, foram as bases sobre as quais surgiu a astrofísica.

A espectroscopia estelar, a construção dos grandes telescópios, a substituição do olho humano pelas fotografias, e os objetivos de sistematização e classificação, fizeram a astronomia evoluir mais nestes últimos cinqüenta anos do que nos cinco milênios de toda sua história. A partir deste momento, a história da astronomia, em conseqüência do desenvolvimento tecnológico da segunda metade do século XX, sofre uma tal mudança nos seus métodos, que a astronomia deixa o seu aspecto de ciência de observação para se tornar, também, uma nova ciência experimental, onde aparecem inúmeros ramos.

Com efeito, a astronomia foi, até o advento do primeiro satélite artificial, uma ciência de observação. A ela coube a descoberta, mas não a dedução de leis, que permitiram ao homem, mesmo no estágio mais primitivo da história, desenvolver um método científico na sua expressão mais autêntica - a indução. Hoje, a astronomia contemporânea se caracteriza por um desenvolvimento espetacular da astronomia espacial, que surge com os primeiros satélites artificiais, numa sequência de sucessos da tecnologia.

As principais divisões da astronomia são a astrometria, que trata da determinação da posição e do movimento dos corpos celestes; a mecânica celeste, que estuda o movimento dos corpos celestes e a determinação de suas órbitas; a astrofísica, que estuda as propriedades físicas dos corpos celestes; a astronomia estelar, que se ocupa da composição e dimensões dos sistemas estelares; a cosmogonia, que trata da origem do universo; a cosmologia, que estuda a estrutura do universo como um todo e a arqueoastronomia, que estuda a influência da astronomia nas sociedades primitivas e até que ponto eram influenciados pelos astros.

A pesquisa espacial deu não só à cartografia, mas a todos os estudos das ciências na Terra e, em especial, aos levantamentos dos recursos naturais do planeta, um novo dimensionamento.

* Texto extraído de http://www.astronomiaamadora.net [autor Ronaldo Rogério de Freitas Mourão]

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